Para salientar o paralelo entre arte e política (ou seria a paralaxe?),
aproprio-me da definição dada pelo filósofo esloveno Slavoj Zizek para o ato
político radical e aplico-a ao ato artístico experimental. Segundo Zizek, um
ato político radical é: “uma intervenção específica num contexto
sociossimbólico” que, apesar de sempre estar situado num contexto concreto, não
é inteiramente determinado por ele. Este “Ato” sempre envolve um risco radical,
já que “é um passo no desconhecido, sem garantias quanto ao resultado final
– por quê? Porque um Ato altera retroativamente as próprias coordenadas
em que interfere” (ZIZEK, 2003, p. 75).
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